Sessão da CPI foi suspensa após provocação de um dos advogados de Hang ao senador Rogério Carvalho (PT-SE)
São Paulo – Com uma postura provocadora e dando respostas evasivas às perguntas do relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL), o empresário Luciano Hang, dono das Lojas Havan, contou com a ajuda de senadores governistas para provocar um tumulto na parte da manhã da CPI da Covid, nesta quarta-feira (29).
“Nada devo, não fiz nada de errado, e a CPI não tem prova contra mim”, disse ele, em sua fala inicial. Chegou a mostrar um vídeo de propaganda da sua rede de lojas na qual aparece como protagonista, mas a exibição foi interrompida no final em função de protestos de senadores.
O empresário disse ainda em seu pronunciamento inicial não ser “negacionista”. “Não sou negacionista. Nunca neguei ou duvidei da doença. Tanto que minhas ações não ficaram nó no discurso. Mandei 200 cilindros de oxigênio para Manaus, no valor de R$ 1 milhão. Respiradores, máscaras, camas, utensílios. Não sou, nem nunca fui contra vacina”, alegou.
Questionado pelo relator, o empresário informou que mantém três empresas em paraíso fiscal, assim como “duas ou três contas” no exterior, garantindo que todas estão devidamente declaradas e regularizadas perante a Receita Federal. Segundo ele, é uma “questão de segurança” manter contas no exterior para se proteger das oscilações do dólar.
Luciano Hang negou ainda ter recebido financiamento de instituições públicas, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O empresário admitiu, contudo, ter recorrido à Agência Especial de Financiamento Industrial (Finame), uma subsidiária do BNDES, para aquisição de máquinas no valor de R$ 50 milhões.